Devo pagar INSS?
Devo pagar INSS?
Se você tem uma atividade remunerada você DEVE pagar o INSS. Não existe a opção de você se opor a esta contribuição quando entra em um novo emprego. O desconto no holerite é compulsório.
- Para quem é MEI – Micro Empreendedor Individual, o INSS já está incluído no DAS que é pago mensalmente.
- O sócio de empresa também recebe o pagamento mensal que chamamos de Pro-labore. Esse pagamento é o valor definido como seu pagamento mensal. O valor que o sócio recebe não pode ser solto, ou seja, variar de mês a mês com base em tudo que a empresa faturar a mais ou a menos.... É importante se organizar financeiramente e fazer uma retirada de pro-labore fixa todo mês e o que a empresa faturar/lucrar a mais no mês, ficar investido e ao final do ano ser distribuído aos sócios como distribuição de lucros isenta de tributação (dinheiro limpo e puro no bolso do sócio). Mas o desconto do INSS deve ser feito obrigatoriamente sobre a retirada mensal de pro-labore.
- Existem também as situações em que as pessoas que não exercem uma atividade remunerada contribuem facultativamente. É o caso do um desempregado, uma pessoa “do lar” que cuida da família, um estagiário ou bolsista, pessoa que se dedica integralmente a pesquisa, entre outros.
O pagamento do INSS não serve apenas para fins de aposentadoria. Ele funciona como um seguro, pois se a pessoa fica doente ou se acidenta e precisa parar de trabalhar para tratar da saúde, ela pode pedir um benefício de Auxílio Doença ou Auxílio Acidente. Se a mulher ganha bebê, ela pode pedir o Salário Maternidade. Quando um contribuinte do INSS vem a falecer, seus dependentes e/ou viúvo/viúva podem pedir a Pensão por morte. Se um contribuinte é preso, seus dependentes podem pedir o Auxilio Reclusão. E havendo dependentes até 14 anos, o Salário Família é pago em conjunto com qualquer um desses benefícios, se o benefício estiver dentro do limite em que o salário família é pago.
O INSS foi criado para permitir que as pessoas conseguissem se sustentar quando parassem de trabalhar.
O valor do benefício pago, na grande maioria dos casos, não é suficiente. Acredito que isso se dá devido a ineficiência na gestão do INSS e corrupção/desvios de benefícios que sempre acontecem com os recursos públicos no nosso país.
Mas não se trata de ser bom ou ruim: não temos outra escolha. Mas se contribuímos compulsoriamente em algum momento de nossas vidas, não podemos ser indiferentes ao dinheiro que foi tirado do nosso bolso e colocado no bolso do INSS. Um dia vamos nos aposentar e receber uma renda que é de nosso direito.
Pinga mas não seca. É melhor receber pouco do que não receber nada. Principalmente quando atingirmos uma idade em que não vamos mais conseguir trabalhar. Não haverá outra renda para nos sustentar.
Antigamente, quando as famílias eram mais numerosas, os filhos se juntavam para cuidar dos pais idosos. Hoje o cenário está mudado e mais mudar ainda mais. As famílias atuais são menores, e estamos vivendo mais.
Posso citar o exemplo de minha avó, que está com 92 anos, acamada e com poucos movimentos. Dos 10 filhos que ela teve, 8 estão vivos para cuidar dela. A Pensão por morte que ela recebe desde o falecimento do meu avô, no valor de 1 salário mínimo, não é suficiente para ela se manter. Os filhos se uniram para arcar com as despesas que uma pessoa acamada tem, como cuidadores 24 horas, remédios e mais remédios. Se minha avó está com 92 anos, imaginem que meus tios estão com aproximadamente 70 anos. Uma pessoa de 70 anos consegue cuidar de um idoso, mas não é fácil, pois são idosos também.
O planejamento financeiro e o planejamento de nossa velhice é muito importante, pois se hoje temos filhos (muitos escolhem não ter), não sabemos se eles poderão cuidar de nós como meus tios cuidam da minha avó.
O que sobra é fazer uma previdência privada para complementar, mas isso é para poucos.
Cibele Reis - Contadora da Cibicon
